quarta-feira, 11 de abril de 2007

Um novo tempo

A despeito da existência de um caráter industrial na produção de cultura, ao seu lado surge uma outra realidade. Nesta, chama mais a atenção o fato de ela estar inserida em um contexto de mercado, do que o fato de ser produzida em série, característica da própria indústria.

Entenda-se o "mercado" como aspecto atual mais relevante do cenário econômico, onde a "indústria" parece estar a seu reboque. Vale acrescentar, no âmbito da produção cultural, a des-hierarquização da produção de informação, a partir do acesso fácil à Internet.

Assim, não é mais necessário que um indivíduo possua um veículo de comunicação clássico, como o rádio, o jornal, a revista ou a TV, para produzir e publicar informações. A internet permite isso com recursos como sítios pessoais, comunidades, fóruns, blogs, fotologs, videoblogs no que tem sido denominada Web 2.0.

Este fato muda a hierarquia entre produtores de informação (emissores) e o público (receptores), já que as relações econômicas entre as duas partes deixam de ser fator limitador. Se o cenário dos receptores não muda em relação a seu padrão econômico, o do emissor muda, já que um usuário de internet radicado em qualquer periferia pode usá-la como veículo de divulgação de informações como o faz o grupo de comunicação Folha da Manhã (Folha de S. Paulo e UOL), por meio de seu provedor Universo On Line.

Não questiona-se aqui o poder de alcance de audiência de um e outro. Apenas constata-se que eles utilizam a mesma mídia. Esta nova situação, com novos "players" no mercado da informação, pode ser entendida como um cutucão de inéditos Davis nos eternos Golias da comunicação.

Detecta-se assim um novo contexto, a partir do qual haverá uma reorganização de forças no âmbito dos produtores de informação. Este realocamento terá como conseqüência possível o surgimento de uma nova relação de forças entre emissor e receptor, representados até então por veículos clássicos (rádio, TV, jornal e revista), e o público leitor e espectador.


*** A estrutura básica do marketing cultural é: -empresas patrocinam eventos que, de antemão, devem garantir algum retorno na forma de sucesso de público e/ ou visibilidade de sua marca.


PERGUNTA: É o público quem manda nesta história ou não?

EM RELAÇÃO AO PODER DO PÚBLICO: É sempre bom lembrar que novelas têm seus capítulos alterados para manter ou ampliar suas audiências, conforme respostas do IBOPE. Assim, a pergunta sobre quem tem mais poder na relação telespectador-veículo de comunicação faz-se pertinente.