DE: Oposição
PARA: Governo Lula
"Você não vale nada, mas eu gosto de você (...) Tudo o que eu queria era saber por que"
Jornal O Estado de S. Paulo
Domingo, 21 de fevereiro de 2010
Primeira página destaca em manchete "Indicada pré-candidata do PT, Dilma prega Estado forte"
Fato: Nenhuma chamada de capa para o que vem a seguir:
Caderno Economia & Negócios da mesma edição do mesmo jornal:
Matéria de capa do caderno: “Classe A ganha mais 303 mil famílias”
Fato: Reportagem de Débora Thomé ocupa toda a primeira página do caderno e tem continuação em mais da metade da página B4, sob o título: “Mercado classe A cresce e se sofistica”.
"CAMINHO DAS ÍNDIAS"
“Você não vale nada, mas eu gosto de você,
Você não vale nada mais eu gosto de você,
Tudo o que eu queria era saber por que
Tudo o que eu queria era saber por que”
Este, que foi o refrão da música-tema de Norminha, dona de casa interpretada por Dira Paes na novela das nove “Caminho das Índias”, bem que poderia ser utilizado por aqueles que se opõem ao atual governo federal e sua política. Isso se a oposição brasileira fosse minimamente perspicaz e autocrítica, ao invés de atuar por meio de um discurso que não convence nem a ela mesma, de tão mal estruturado que é.
Bem, como o jornalismo “diz respeito a fatos”, vamos a eles:
"MIM GOSTA GANHAR DINHEIRO"
A pergunta com a qual termina o refrão da música de Norminha acaba de ser explicada pela referida matéria do caderno de economia do tradicional e secular jornal paulista. Segundo a reportagem: novas 303 famílias passaram a integrar o rico topo da pirâmide social nacional. Agora elas fazem parte do seleto grupo daqueles que têm renda familiar acima de R$10.200,00 mensais. A reportagem informa que o rendimento desta classe é atualmente 48% maior do que era em 2002, conclusão obtida por meio de dados que a (consultoria?) MB Associados reuniu a partir de informações disponibilizadas pelo IBGE.
"O SOL NASCEU PRA TODOS E TAMBÉM PARA VOCÊ"
Não tivesse sido usado por Quércia anos atrás como jingle, bem que a musiquinha viria a calhar nos dias de hoje após a leitura da referida matéria do Estadão, segundo a qual “O crescimento da renda não foi muito diferente entre as categorias: dobrou na classe A, cresceu 116% na classe B e 142% para a classe C.”
A matéria segue com um bem feito raio X do comportamento da elite econômica brasileira em termos de compras, investimentos e desejos. Um entrevistado realizou o sonho de comprar um carro esporte de luxo, além viajar para o exterior mais de uma vez por ano com a família. Como ele conseguiu isso? Segundo a reportagem, trabalhando na área da construção civil tendo como clientela a classe C, ora ascendente.
Porém, segundo a matéria do Estadão, alguns integrantes da elite menos sortudos sofreram impacto da crise e tiveram de diminuir seus investimentos bancários ou mesmo cortar despesas como aluguel de helicópteros... Coisas da Braziland.
"QUE PAÍS É ESTE?"
Mas nada que possa ferir mortalmente os membros do topo da nossa macunaímica sociedade piramidal. Nada temam aqueles com renda média de R$ 15.800,00, pois a Porsche comemora o aumento de vendas na terra de Zé Pequeno. Conforme a matéria de Débora Thomé, a empresa, que vendeu 73 unidades no país em 2006, saltou para 753 em 2008! E a projeção para 2010 é de 620 veículos.
Já ao ouvir uma vendedora de biquínis para clientela “com nome e sobrenome” - conforme delimita a entrevistada-, ela completa dizendo que seu segmento não sentiu os impactos da crise financeira, aquela que sacudiu o mundo deixando sequelas até os dias atuais.
“LEIO O JORNAL QUE É DE ONTEM, POIS PRA MIM TANTO FAZ”
Deixando a esquizofrenia de lado, e comparando a primeira página do Estadão de domingo, 21 de fevereiro de 2010, com a matéria principal do caderno de Economia da mesma edição do mesmo jornal temos:
-A manchete do dia: uma reportagem que remete a uma oposição de viés puramente ideológico, mas que não se sustenta com dados factuais (minha versão para a “verdade factual”; expressão que ouvi primeiro do Mino Carta);
- A matéria principal do caderno de Economia: reportagem repleta de dados factuais que derrubam qualquer oposição pautada apenas na ranhetice ideológica de certos grupos que não sofreram perdas materiais ou de direitos constitucionais, as quais poderiam usar como argumento para sua postura oposicionista.
Enquanto a ideologia fica aí brigando com a “vida real”,
Vou tomar um chá...
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