domingo, 7 de fevereiro de 2010

"Arco-íris verde e amarelo"



Imagem: Reprodução


Artigo publicado na sessão Opinião do Jornal Visão Oeste
Edição de 5 a 10 de fevereiro de 2010
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"Arco-íris verde e amarelo"

Emerson Lopes da Silva*

A imprensa brasileira tem repercutido declaração do general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, segundo a qual homossexuais não teriam o perfil ideal para ser militares. Na ocasião, ele respondia a questionamento do senador Eduardo Suplicy. O fato ocorreu na quarta-feira, 4, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

O que parece óbvio é que o general, que concorre a uma vaga no Superior Tribunal Militar, não foi feliz em sua resposta – para dizer o mínimo –, já que limitou seus argumentos à questão de obediência dentro da hierarquia militar.

De acordo com o que foi divulgado pelos veículos de comunicação, a justificativa do militar seguiria um raciocínio meio limítrofe: pessoas que fazem sexo com parceiros do mesmo gênero sofreriam de uma “falta de aptidão” para comando, o que causaria desrespeito por parte dos seus subalternos.

Besteira total porque, como é sabido por qualquer pessoa medianamente informada, os brasileiros que optam por servir ao seu país na carreira militar – e decidem galgar cargos de maior poder –, serão avaliados por suas competências e experiências bem sucedidas durante seu trabalho nas Forças Armadas. E, até onde sei, as opções sexuais daqueles que buscam tais postos não fazem parte das atividades militares.

Tivesse algum sentido a fala do general, não existiriam pessoas que “praticam sexo entre iguais” em nenhum cargo de liderança no âmbito público ou privado. Em resumo: uma fala que não possui sustentação lógica ou prática.

*Emerson Lopes da Silva é jornalista e autor do blog Nos Dias de Hoje (http://nosdiasdehojeno.blogspot.com/)

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